Coluna Notícias Provincianas

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Juazeiro: amor e dor

Paulo César Carvalho*

Eu gosto de Juazeiro que até dói. Dói quando estou distante de suas ruas, de seu povo, do seu rio. Dói o não poder fazer por ele, o que ele já fez por mim. Dói a saudade de cantar em suas noites quentes, que evocavam a paixão, romantismo e enlevo.

Dói vê-la suja, maltrapilha e esquecida por quem recebeu o dever de cuidar de suas vestes. Porém, ao doer, aumenta mais meu bem querer. O boêmio que sou em Juazeiro, devo à sua noite de mulheres e devaneios, de música e poesia. Dói não ser mais o menino que corria arteiro nas vielas do aristocrático bairro Santo Antônio, de rezar em sua capelinha, de cantar em seu coral de meninos encantados.

Dói ver que tanta gente que fazia minha Juazeiro, não está mais aqui. Enfim, diante dessa dor caroável, chego à conclusão: pode ter gente que gosta de Juazeiro tanto quanto eu. Porém, mais do que eu, ninguém em tempo algum.

Te amo Juazeiro. Mas, que dói, dói.

*Cantor e radialista.

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